terça-feira, dezembro 29, 2009
Re(criar)-se.
segunda-feira, dezembro 28, 2009
sexta-feira, dezembro 25, 2009
Rascunhos.
- Conversa afinada, afiada, fiada:
- Tic tac: Para começar, digo agora que faço questão de um fim bem bonito.
- Sem título: Hoje, enquanto as coisas acontecem ao meu redor, tua beleza está acima de todas elas.
- Sem título: É, eu poderia muito bem me jogar nesse sofá esperando o mundo se decidir de uma vez. De repente até te ligar só para que não te esqueças que ainda permaneço. Sem medir consequências.
- Sem título: E hoje, é exatamente isso que te dou. Esse momento, em que sou completamente tua, quase parte de ti.
- Sem título: Vou tornar isso nítido sem que me olhes. Como algo que não precisa realmente ser sentido com o calor que sai do corpo que vos fala, (essa nossa vontade de sermos nós).
- Sem título: Essa história vai me matar, se minhas mãos não viverem isso agora. Tremem acentuando o que mais quero, e de repente o som...
- Sem título: (Tudo porque você sorri daquele jeito que eu imaginava).
- Sem título: A página ainda está em branco. Engano-me mantendo-a aberta por dias à espera de um surto poético... Empresta-me a tua calma que já não consigo ver o que está em mim...
- Eu daí e você daqui:
- Ainda escrevo frases de amor: Mesmo com as folhas parecendo mais completas com linhas em branco...
- Sem título: Apesar de estar longe demais de onde as sensações reais me alcançariam, e com os fios do fone de ouvido se enroscando nos óculos que descansam na blusa, ainda escuto a música. E me toca parecendo carinho.
- Sem título: Ah esse blues me remete nossa construção do telelescópio nunca acabado. Será que ainda o guardas como essa música guardou nossos dias?
terça-feira, dezembro 22, 2009
Subentense-se amor.
domingo, dezembro 20, 2009
terça-feira, dezembro 15, 2009
Caixa de saída - 11/03/2009 : 02:43 Horas.
terça-feira, dezembro 08, 2009
sábado, novembro 28, 2009
Ainda o paradoxo da retórica.
terça-feira, novembro 10, 2009
.exe
quinta-feira, novembro 05, 2009
Q R S T U V W X Y Z A B C D E F G H I
segunda-feira, agosto 10, 2009
O que ficou, o que ainda irá, o que espera a hora, o que invadiu sem licença...
terça-feira, agosto 04, 2009
quinta-feira, julho 09, 2009
(.)
quinta-feira, junho 25, 2009
Entreter. (Entre não e ter você).
sábado, junho 06, 2009
Luminosidade.
quinta-feira, junho 04, 2009
Como o sorriso chegou a ela.
quarta-feira, maio 20, 2009
Escolhe.
- Levanta o vidro fumê que assim eu consigo ver meu rosto no retrovisor, e ele não me deixa duvidas das marcas dela em mim...
- - Vamos tirar todos os papéis importantes do porta-luvas e jogar na primeira lixeira que virmos.
- - Mudando a direção involuntariamente, entrando em ruas que dão em ruas, e jogando fora tudo o que é palpável e ruim.
- Não paro de tossir, e você acha engraçado o modo como meu cabelo mexe quando espirro. Não paras de rir, e acho lindo o fato das tuas mãos suarem quando teu nervosismo não se sustenta mais sozinho....
- O muro de repente parece uma escolha silenciosa e mútua. (Nos embriagamos na certeza de estarmos pensando a mesma coisa).
- - Não poderia ser assim, eu escreveria antes.
- - E de que adiantaria isso aos outros? De que adiantasses até hoje?
- Recitas para mim estrofes de poemas que nunca lesses. (Tentas me manter a flor da pele, para que a excitação da velocidade do carro não suma junto com os meus olhos distantes de tudo).
- Rindo de certezas doloridas sobre mim, e ironizando teu passado sério, não nos cansamos de montar e remontar nossas vidas em voz alta.
- - Lembrarás da voz dela e os caminhos na tua cabeça sempre te levarão para essa mesma sensação.
- - O que se faz nos dois últimos minutos em que se vive? (...)
- Estacionas.
- - (...) É. Pensa-se nas consequências.
sábado, maio 09, 2009
"Por você, por ninguém, nem por mim."
quarta-feira, abril 29, 2009
"All is full of love".
terça-feira, abril 28, 2009
Escrito em algum dia de outubro.
quarta-feira, abril 15, 2009
Em nenhum outro lugar.
terça-feira, abril 14, 2009
sexta-feira, abril 03, 2009
Toltchok.
terça-feira, março 31, 2009
Olha todo esse açúcar...
segunda-feira, março 23, 2009
És tu.
"E mudo e pasmo e compungido e absorto, Vendo o teu lento e doloroso giro, Fico a cismar qual é o rio morto Onde vai divagar esse suspiro." (Pandemonium - Cruz e Souza)
sexta-feira, março 20, 2009
sábado, março 14, 2009
Me fizestes lembrar das grades.
quinta-feira, março 12, 2009
Se te queres matar.
Se te queres matar, porque não te queres matar? Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida, Se ousasse matar-me, também me mataria... Ah, se ousares, ousa! De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas A que chamamos o mundo? A cinematografia das horas representadas Por actores de convenções e poses determinadas, O circo polícromo do nosso dinamismo sem fim? De que te serve o teu mundo interior que desconheces? Talvez, matando-te, o conheças finalmente... Talvez, acabando, comeces... E de qualquer forma, se te cansa seres, Ah, cansa-te nobremente, E não cantes, como eu, a vida por bebedeira, Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente! Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém... Sem ti correrá tudo sem ti. Talvez seja pior para outros existires que matares-te... Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado De que te chorem? Descansa: pouco te chorarão... O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco, Quando não são de coisas nossas, Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte, Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda Do mistério e da falta da tua vida falada... Depois o horror do caixão visível e material, E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali. Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas, Lamentando a pena de teres morrido, E tu mera causa ocasional daquela carpidação, Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas... Muito mais morto aqui que calculas, Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova, E depois o princípio da morte da tua memória. Há primeiro em todos um alívio Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido... Depois a conversa aligeira-se quotidianamente, E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois, lentamente esqueceste. Só és lembrado em duas datas, aniversariamente: Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste; Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada. Duas vezes no ano pensam em ti. Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram, E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos... Se queres matar-te, mata-te... Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!... Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera As seivas, e a circulação do sangue, e o amor? Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida? Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem. Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes. És tudo para ti, porque para ti és o universo, E o próprio universo e os outros Satélites da tua subjectividade objectiva. És importante para ti porque só tu és importante para ti. E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido? Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces, Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida? Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente: Torna-te parte carnal da terra e das coisas! Dispersa-te, sistema físico-químico De células nocturnamente conscientes Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos, Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências, Pela relva e a erva da proliferação dos seres, Pela névoa atómica das coisas, Pelas paredes turbilhonantes Do vácuo dinâmico do mundo...
(Fernando Pessoa)