Que saudade de quando te conhecia, de não ter mais no peito essa tristeza incômoda das certezas que me sustentavam se transformarem. De ver as tuas frases lindas desentoando do contexto, com as palavras se reagrupando rápido até se sentirem singulares, rudes, vindas de um lugar teu que não existia até eu não fazer mais parte de ti. Será que agora és tu?
Que saudade, de lugares com luz fraca em que meus olhos se aconchegavam nos traços do teu rosto, e se sentiam em casa. Dos dias que eu sabia que poderia contar... Contar as horas que demoraríamos para nos ver, o tempo que levaria minha desculpa pelo atraso, o tempo de rirmos, o tempo de nos perdermos entre nossos caminhos interiores que há tempos não se cruzavam... De duvidar do futuro ao teu lado, mas ter certeza que de um jeito ou de outro estarias lá. Será que agora és tu?
Que saudade de te achar a pessoa mais sã que conheço, de pensar que nunca precisarias se botar no meu lugar porque eu já vivia em ti. De não sentir receio ao passar por ti na rua, correr para um abraço de alívio, e dizer-te que mesmo depois de tudo, eu simplesmente não consigo acreditar no que tu se tornou a partir do que deixamos de ser.
Preciso dizer, a água salgada que escorre nos meus traços que nunca tiveram tamanha decepção, é vinda da dúvida constante, será que só agora és tu?
"E mudo e pasmo e compungido e absorto, Vendo o teu lento e doloroso giro, Fico a cismar qual é o rio morto Onde vai divagar esse suspiro." (Pandemonium - Cruz e Souza)
2 comentários:
"Que saudade de te achar a pessoa mais sã que conheço, de pensar que nunca precisarias se botar no meu lugar porque eu já vivia em ti." ... não sei o que sentir, ao mesmo tempo que sinto saudades sinto minha alma sufocada!
.. lindo!
corta meu peito apenas, porque diz toda a verdade.
bem que me dissestes que isso seria forte pra mim... ou eu que estou fraca demais?!
belíssimo ainda trágico.
;***
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