domingo, fevereiro 25, 2024

Hoje tive saudades

Talvez seja algo normal, fechar os olhos e sentir suas mãos nas minhas.

Talvez seja trivial, minha necessidade de conversar contigo.

Passo os dedos pelas cordas do violão, e lembro da sua voz.

Concentro-me para sentir teu cheiro, mas, já faz tanto tempo...


Você me entregou tudo, em uma época em que eu não correspondi.

Hoje, viajaria o mundo com um capacete extra, e os meus sonhos seriam realidade.

sábado, julho 18, 2015

Vou guardar essa saudade para quando merecer a sua presença.

Encontrei nos sonhos dos últimos dias mais solidão do que esperança. Na tentativa de não esquecer os bons momentos, te destruo pouco a pouco. 
Escuto o que há de mais meu em mim, e você escorre pelas minhas mãos. Procuro me concentrar em um minuto ou dois no dia em que meu corpo calado não grita por mais uma chance, me apego a esses momentos de paz para não enlouquecer.

Desapego-me do dia, perambulando pela noite tento não escutar  mais o seu nome, não ver mais os seus passos, não sentir cada movimento seu na minha pele.

Peço para que saias de mim, porque não encontro mais forças pra fingir que tenho coragem de viver tão profundamente. 

domingo, abril 05, 2015

Desgaste.

Ok.

Quero que você esqueça por um minuto de quem eu sou ou esse texto não fará sentido. Esqueça quem eu fui porque vou falar dessa saudade novamente. Essa que chega até você pelo vento calmo nas milhares de manhãs em que minhas silenciosas atitudes não te fizeram lembrar de mim.

Essa dor constante de ter que ficar de pé nos dias em que meu corpo não aguenta mais a contradição de sentir-se morto enquanto caminha, me dá forças para não alimentar mais essas frases cheias de você. Não posso, como nunca pude, entender o jeito auto destrutivo com que sempre tratei esse amor.

Não tenho mais a pretensão de te esquecer ou de fazer-te lembrar de mim. Encontro, na maior parte do dia, fragmentos de uma vida diferente. Sou a vida que arde em uma mão sempre gélida, com toda palavra parecendo privação de grito. Construo, a cada passo forçado, a doença do desencontro comigo mesma.  

Tudo o que escrevo parece um rascunho de uma história que nunca terá fim, foi assim que me tornei parte desses papéis amassados que há anos jogo no lixo.


“Wake up, take your pills dear, I know this time of year ain't right for you...”



segunda-feira, agosto 11, 2014

Pretensão minha achar que o texto anterior não seria o último.

quinta-feira, dezembro 19, 2013

Estarei viva para a primavera.

Começo com um novo período de suplício. O telefone toca. Não existe razão especial para que seja ela, como não existe razão para que não seja. Ela telefonaria, apesar de tudo. É possível que um dia volte. É possível que tudo esteja como antes, é impossível que continue como antes. 
Aquelas mãos. Nunca tocarei a não ser que o mundo tenha piedade. Nessa febre da espera, eu a revejo dentro de uma taça de vinho. Nesse gosto do vinho. 

O telefone toca. Ainda não era sua voz. Para essa angústia, ando devagar para ganhar tempo, mantenho-me ocupada para não me ocupar de nós. Nós. Sorrio.

O que é meu sorriso se não um retrato de um covarde? Por guardar tanto medo no peito vivo nas sobras de quem eu poderia ter sido. Por abdicar a tantos sorrisos, o alter-ego gargalha do herói arrependido.

Escrevo que talvez eu a procure... Desisto.
Continuo com febre. O mundo continua acontecendo e as pessoas giram ao meu redor. E eu não sou nada. Nada. Nenhum tipo de movimento. Nenhuma grande companhia. Um buraco negro. Um abismo em que me jogo após dia após dia. 




domingo, setembro 22, 2013

A página ainda está em branco. Engano-me mantendo-a aberta por dias à espera de um surto poético... Já não consigo ver o que está em mim.

Assassinato de palavras.

Quando ela está com toda a pele à vista eu me enxergo melhor... Mas as noites insistem em acabar, e tudo o que toquei vira pele morta pela manhã.

Sussurros dos dois lados dos meus ouvidos seguidos por uma excitação como uma música que começa falando de amor sem machucar ninguém, me faz querer escrever...  Para dizer a ela que se pudesse fazer um trato com as horas nosso amor não pararia de ecoar nas nossas vidas. Porém, hoje preciso repetir teu nome em voz alta, para te materializar no quarto, sem saber direito como foi que a minha vida ficou vazia de ti. E como que a cada passo que damos, a cada osso quebrado, estamos sincronizadas nessa poesia agoniazante de amor recíproco destruidor... 

Digo para lembrar-se de mim quando todo mundo ver que a ferida começou a sangrar pelos olhos, quando as fotos forem mais reais que o momento presente...

Talvez lembraremos só das celebrações e de quando nunca ficava tarde, do sol brilhante e do crime perfeito. De estarmos nesse descompasso dançando separadas a mesma música, cantarolando um adeus que nunca aconteceu.

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Estive dormindo e te vi aqui, e exceto o seu rosto não consigo pensar em nada melhor para me despertar...É quando encosto meu corpo no teu perguntando a mim quem escreveu esse texto.

sábado, agosto 31, 2013

Que as concessões feitas por ti sejam vontades da tua existência, e não subtrações da tua essência.

Foge amor! Pela fresta que a tua entrada deixou na janela do meu quarto vejo a cavalaria chegando para te buscar. Corre e te liberta de todo esse passado de mil soldados vigiando tuas decisões. Vai embora meu bem, e se um dia voltares esteja só, para que eu possa ver, finalmente, por trás das tuas armaduras e amarguras, e beber da tua voz como se fosse água de cachoeira. 

Não posso continuar presenciando a tua cegueira de olhos afogados nos desejos alheios, preciso saber quem tu és, de que cor são esses olhos...

Então some e te renova, que o tempo só pode somar na vida de quem sabe o que quer, e por isso sabe quem é. 

quinta-feira, julho 11, 2013

Para terminar de começar.

Já faz um tempo que sinto falta de você que me lembrou de quem eu era quando eu gostava mais de mim.
Fico imaginando o que você diria sobre quem me tornei, sobre aquele dia que se fez fronteira entre quem eu poderia ser, e a longa escalada até eu notar que anda em círculos quem só olha para os próprios pés...

Se passaram anos, se passarão décadas, e ainda posso escutar sua risada quando perceber que é aqui o meu lugar. É onde pousarei minhas mãos calmas, trêmulas, suadas, drogadas, mentirosas,e apaixonadas pela ideia de você voltar a ler e sentir o toque delas pelos seus olhos. Porque minhas palavras, se fossem uma pintura, seriam do formato do seu rosto, como o vejo agora.


sexta-feira, maio 17, 2013

Assistindo meu sofrimento através do espelho, peço perdão aos meus olhos por não deixá-los descansarem nessas noites mal dormidas. Espectadora da minha própria morte, vejo a vida que levo apagar-se novamente deixando o mundo, mais uma vez, e imutavelmente, sombrio. As lágrimas servem como lente de aumento mostrando que, dentro desses olhos, não existe mais sequer um ponto de luz.


Um passo a frente, meio sem fôlego, e hoje nasce para uma vida de morte outro um zumbi por não aguentar as dores do amor romântico.