quarta-feira, dezembro 05, 2007

Laço: nó que se desata sem esforço ou vínculo.

domingo, novembro 04, 2007

Foguete.

A insignificância vista a olho nú, desperta cada vez mais o desejo de ir embora. As pessoas forjadamente especiais se despedem sem nem ter dado partida. A luz pálida e o vento gélido não conseguem me acalmar e nem me socorrer, quando acabo sempre cometendo os mesmos erros.
Bebo até o último gole da água em combustão, assim esqueço porque saí novamente para o sacrifício semanal.

Perco todas as minhas idéias pelo balcão, e fico juntando seus fragmentos. É tudo porque toda dor se foi, e não sei viver com essa ausência de ilusão. A felicidade enfim se vai pelo mesmo caminho, e assim só, nesse vácuo surgem devaneios que seguem na frente mostrando minha grande casca oportunista.

Mais do que tudo penso nos meus braços que tremem envolvendo seu pescoço. Concentro-me neles tentando sem sucesso parar com o nervosismo teatral, que surge naturalmente como mais um artifício.

Suspiro e sorrio para as câmeras de olhos castanhos ou azuis, e acabo me desfazendo de mim. No fim consigo tudo de nada que me completa.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Para ti eu canto, por ti eu danço, em ti eu lembro.

Transformo-te em escrita pois a cada dia mais fragmentos de você se vão. Mas se te encontro, em ti vejo todos os dias não aproveitados por mim. E nesse desencontro de agora, é mais difícil do que parece, o esforço para não esquecer algo que nunca pensei que deixaria de ter comigo. 

A armadura de linho já não nos protege desse esquecimento sem escolha. Cada faca que nos atravessa quando passamos sem nos perceber, faz mais forte a cicatriz. Chegará o dia em que nem notaremos mais a dor, e a esperança se perderá afogada em tantos dias de espera.

 Assim o grande portal se fecha como uma piada contada várias vezes. E completamente inerte a tudo isso estamos nós tendo alguma coisa nos entretendo, tentando disfarçar o verdadeiro segredo do que acontece por trás dos passos em direções contrárias.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Escrevo.

Escrevo sobre dor, sobre o que se passa por dentro, sobre o que não passa, sobre a dor de dentro. 
Tento me contar como tudo surge. Tento compreender, saber porque dói tanto, porque preciso da escrita.

 A tinta da caneta pode sentir minha dor e angústia entre o plástico e os poros de minha pele. Aperto forte, até minha garganta abrir, formo palavras e invento idéias até meus olhos secarem. Fujo de mim e me esqueço esclarecida. Tomo uma dose de medo que não conhecia, e despejo o vômito em linhas confusas.

O porquê escrevo pouco importa a mim ou a alguém. Assim como minha dor, minha garganta inflamada de raiva, pouco importam a quem os proporciona.

domingo, setembro 30, 2007

Ida e volta.

Não sei de onde vem toda essa aversão que sinto agora. Não sei de onde vem meu desgosto, meu gesto falho ou incoerência. Mas tenho certeza de que nada vai sumir tão cedo. Ontem foi como se eu tivesse que fazer força para respirar. Como se uma tonelada fosse carregada por mim dia após dia, e eu só a visse depois de já estar sangrando.

O que eu escuto já não faz tanto sentido assim. Por vezes me perco entre minhas limitações. Esqueço com facilidade enorme qualquer coisa. Não preciso mais da força de vontade insistentemente me deprimindo cada vez mais. Agora as correntes ficam no meio da escada, enquanto eu subo até o último andar, vou me desprendendo.

Tive a impressão por alguns segundos que esse sol que me faz fechar os olhos talvez esquentasse meu corpo gélido sem direção.

Meus pés tão cansados de correr, sem hora marcada, sem porquê, doem mais do que meu peito nunca sincero. Eu me perdi por entre seus cabelos, voando e contornando minhas idéias. Se pular, logo minha voz não irá sussurrar em mais nenhum pensamento, o toque será esquecido e o olhar perderá o sentido. De que vale descer?

O vento piora, e o calor também, espero a chegada da noite. Talvez se eu fosse mesmo pular, não traria papel e caneta, ou não estaria transbordando por dentro.

terça-feira, setembro 18, 2007

Oposto, inverso.

Acabo sempre comentando sobre as luzes do momento. Acho que elas são tão importantes para mim quanto ele próprio. Mas hoje escrevo de olhos fechados. Na escuridão de meus pensamentos, te sinto melhor. Como se eu também pudesse ficar, sem esconder-te de ninguém, em um tempo sem medidas.

Sendo atenta a cada mudança de sua face, não existe nada que me distraia. De olhos fechados, prometo a você que posso ser assim todo o tempo que me desejares por perto.

Depois de reconhecer-te entre as pessoas daquele lugar, nada mais precisaria ser dito, e não foi.
Literalmente andei quilômetros para te ver no outro amanhecer de meus devaneios. Procurando confirmar se o que tinha acontecido não fluía só de mim. Minha foto em suas mãos, logo na chegada, me liberta de qualquer dúvida vã. Esqueço de meus anseios costumeiros e me desprendo de auto-defesas. Só preciso de mais daquela escuridão.

Hoje o contentamento toma conta de cada gota de sangue minha. Porém penso em dar dois passos à esquerda, para que você acabe se distanciando também. Talvez não, com certeza qualquer disparada em direção contrária agora seria válida. Enquanto sozinha fico nessa claridade toda, é tempo de fechar os olhos para decidir.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Antes de dormir.

A raiva corta minhas retinas fatigadas pelo esquecimento. Desce até meu peito e cobre de cinza meu coração. Mas meus ombros pesados se perdem na leveza do seu piscar de olhos. Penso que poderias muito bem ser assim para sempre.

De repente tudo o que foi dito foge do contexto certo, e o indiscutível nível das gargantas doendo faz com que nos afastemos.
A distância nunca combinada, faz do passado o ponto de partida. Das angústias, obstáculos insuperáveis. Do medo, a corrida contra não se sabe o que. Do futuro, lembranças vagas do que poderíamos ser.

Por entre as árvores continuo vendo o sol se pôr, todos os dias. Fechando os olhos e só abrindo na escuridão. Comparo o fim da tarde com você.

Erguendo minha mão na esperança de secar uma lágrima tua, toco o vazio, nada me responde.

Vou dormir com a noite testemunhando cada gesto meu de tristeza.

segunda-feira, setembro 10, 2007

'Ação' ou 'resultado de ação' : acolhida, acometida, batida, despedida, fugida, ida.

Recordo, fumaça subindo até os olhos, ajudando as lágrimas caírem.
Todas as mágoas e angústias secretas lhe ofereci.
Ficou no ar uma resposta que não faço questão de escutar.
Olhei pela fechadura do quarto escuro que criei para mim. Lá estava você. E de tanto te olhar, a chave acabou se perdendo em teus cabelos. Procuro por ela atordoada, porque sempre recordo, sei que vou ter medo de sentir saudade do que não tive.

O silêncio continua, e vem de todos os lados. Imploro por um pouco de barulho, uma chance de  me iludir, um plano fácil.

Não havia outra pessoa ali, a não ser a pessoa indo embora. Justamente essa identidade insubstituível tinha desaparecido e eu não podia de modo algum trazê-la de volta, fazer com que começasse a voltar.

Não havia nada que pudesse preencher aquela imagem formada. Enlouqueci com pleno domínio da razão, a cada passo que ela se distanciava.

Tempo de chorar. Um choro fraco, um pedido de socorro para que se partisse o gelo em que toda a cena se imobilizava mortalmente.

Recordo, seus detalhes só de ida.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Eis senão quando...

Ela está no tom errado, mas é bela. Não se pode dizer exatamente de onde vem. E depois pensa-se que só pode ter vindo de outra parte, de muito longe. É feita da mais completa perfeição, no rosto e no corpo, de modo que tudo o que a toca logo participa, infalivelmente, daquela beleza. Mas está no tom errado, do lado oposto, vigiada esporadicamente pelas luzes passando. Ela dança. Se confunde com as pessoas e passa a dividir sua beleza de forma errada. Noto em sua voz a clareza da ironia. Olha ou não olha, agora tanto faz. Passos falhos e atitudes incertas vão desbotando minhas deduções. Riso forçado à esquerda, abraço falso à direita, dois passos a frente, eis o bar. Ela rodopia em volta do seu mundo, achando ser verdadeiro. Acaba com todas as vontades, gasta tudo e solta um último olhar. Não quero a compreender, nem tentar aceitar nada. Não é minha preocupação. Interessante mesmo é que ela não vale o chão que pisa, mas é bela, tão bela...

segunda-feira, agosto 20, 2007

Ermo.


Saio conturbada com a mesmice de meus versos falhos aos seus ouvidos. Canto por entre as estrelas que o fútil das pessoas começa a me incomodar. Pulo por entre as pedras e mergulho em um mar de faces estragadas, de cérebros falsificados, gestos com prazo de validade... Refugio-me dentro de mim, mais uma vez. Você se vira e pede o que estou pensando, digo que parei de pensar.

domingo, agosto 19, 2007

Garota.

É garota, por mais que em um raio de 50 quilômetros ninguém confie em você, estou aqui para arriscar. Dizia a voz insistente enquanto eu contava as moedas para a próxima dose. De repente tudo foge de foco, os passos se confundem com a vontade de ir embora mais rápido, tropeçando por caminhos conhecidos há anos, pisando em vão em estradas familiares...

Sem perceber o dia vira noite, e a noite veio para piorar. Minha mente dolorida cura ressaca com mais bebida, meu pulmão sem ar descansa respirando fumaça. As luzes daquele lugar se misturam com as pessoas que passam despercebidas por entre os lustres e copos vazios.

Mais do que tudo minhas pernas fatigadas não aguentam dançar por nenhum segundo a mais, o meu mundo delicadamente criado desmorona e ninguém vê. O seu abraço sincero parece quebrar qualquer muro de duas caras que eu possa ter.

Não pensei em ter vontade de dormir tão cedo, para não acordar tão tarde e poder pensar em tudo o que eu não quero e no entanto digo sim. Sinto muito por não pensar nisso antes de dormir, por não estar nunca com meu coração sóbrio o suficiente para esquecer de minhas vontades sem valor, e desejar só o seu rosto, sempre sereno.

terça-feira, agosto 14, 2007

domingo, agosto 12, 2007

Voltei:

A mofar pelas ruas. A dançar de olhos fechados. A simpatizar com simpatizantes. A olhar sem analisar. A abstrair o que sei. A não me interessar pela hora. A somar atitudes falhas. A não ter saudade. A não pensar em voltar. Ao combate direto com minhas idéias. Ao insano de meus gestos antigos. Ao semblante feliz. Às carícias da soberba. À timidez proposital. A defrontar a pretensão. A não me importar com ilação. A deduzir cada passo. A não precisar de desculpas. A não querer marcas. A correr sem ter pressa. A não ler aquelas cartas. A ser tudo o que me basta.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Que horas são?

Era uma vez uma estrela sozinha, fechei a cortina e fim.
O frio de hoje veio me lembrar que sei sentir. O amparo que tenho ao olhar para o chão não.
O arrimo da cama, mais eloquente, me fez bocejar ideias contrárias do dia já no fim. O fim que não se refere a um começo, um começo que não sei sentir.
O arrimo do amparo ao bocejar sobre o fim, desprezando a cortina fechada.
A estrela sozinha sem chão, pouco eloquente mas perturbadora.
O começo de idéias contrárias de um dia que ficou frio só à noite.
O vento que toca a estrela por não perder seu tempo comigo, ficou lá no alto. O chão que continua por perto, auxilia minhas idéias perturbadoras.
Enquanto isso o tempo que não foi perdido comigo começa a me escoltar vagarosamente, segundo por segundo sem eu perceber.
E o vento que passou o dia junto a mim, caminhou por entre as árvores altas também, eu sei porque ouvi ele nelas, mas sumiu quando fechei as cortinas para a estrela. Talvez agora ele esteja caminhando com ela, talvez o chão suba e o céu me faça um pouco de companhia enquanto eu tento de alguma forma descobrir que horas são, e fim.

domingo, agosto 05, 2007

O primeiro momento da existência ou da execução, seguido do momento em que se acaba ou se conclui alguma coisa.


Preciso tomar cuidado para não dar passos em flertes, para não entreter-te desnecessariamente. Ainda não sei falar sobre amor.

Não me encaixo no perfil que criei sobre que tipo de pessoa está no espelho. Assim não sei o que posso dividir de mim, se isso por acaso for solicitado. 

quinta-feira, agosto 02, 2007



Posterior ao seus olhos postiços de lágrimas, eu me deterioro vendo por entre suas retinas intricadas um futuro, para ser sincera, imbecil. 
Crescemos juntos e você é tão singular. Seu jeito excêntrico fazia lembrar o receio que eu tinha em estar certa.

Declaro-me livre de ser sua consciência. 

 Espero que algum dia você forme ou combine idéias mais intensas, e menos desmerecedoras de suas oportunidades.

segunda-feira, julho 30, 2007

Eu te desejo um bom dia mesmo assim, mesmo se for o fim.

quinta-feira, julho 19, 2007

Renúncia de pessoa à adesão às conseqüências punitivas que seriam justificáveis ou não. Perdão.

Tanta gente correndo junta, eterna falta de olhar em volta. Prenderam-se a certos rancores difíceis de superar, mas não impossíveis de esquecer. Em vez disso esqueceram tudo o que os cerca, por vezes o óbvio. Negligenciaram a roupa constantemente suja que são. Ocultaram o desmascarar diário, o lutar sem regras. De repente as pessoas me parecem tão mais óbvias, tão mais constantes, tão mais fáceis de se lidar e manter longe quanto antes.

Simplesmente abrem os olhos que fingem ser poderosos, mas sempre caem na mesma história infame, enganam-se sempre pela mesma percepção esdrúxula e desvirtuada da vida. Assim como desvirtuo minha mente com o céptico olhar. Assim como alucino minhas pernas em vão sempre que viajo por estas estradas, uma estrada imagética. Assim como saio à noite sem hora e local marcado, para tentar me manter inerte ao dia.

Não há muito o que salvar, mas resta acima de tudo, aquela capacidade de ternura. Resta esse sentimento da infância subitamente desentranhado, de pequenos abusos que não consigo lembrar, por mais que eu tente e precise disso. A sanidade total viria a seguir, quando eu me possibilitar de reconhecer essas cicatrizes internas e externas. Eis que o assunto muda de face e me encara de frente, olhando lá no fundo, remoendo o passado esquecido por ser tão doloroso. Tentando quebrar o muro que eu mesma construí para certas lembranças.

Mudando de tom a cada dia, alternando as diferentes fontes do saber, acabando com o que resta dessa magia de conhecer alguém, quero ficar só. 

Não vou sentir-me anestesiada por estar entre membros da mesma espécie caótica e desinteressante, vou generalizando e juntando os corpos para o muro de minhas lembranças ficar ainda maior. Por benevolência ao que nem sei, eu já me sinto pior ainda. O desengano não faz parte dos meus planos. Já que o indulto do que nem lembro é impossível.

As luzes dessa foto brilham me fazendo ver que mesmo em muitos meses duvidosos, esse segundo de silêncio e de perda total das incertezas vale por anos.

terça-feira, julho 17, 2007

Respondendo sua pergunta.

Era como se fosse a primeira vez em que as duas se veriam. Como se não houvessem mais de dois anos por trás dos sorrisos e abraços sinceros. Decidiram que seria assim, iriam deixar de lado os dias difíceis e pausar as confusões.

Quando ela a viu vindo em sua direção, foi como se as pessoas ao redor estivessem em outro plano, e podia apostar tudo na certeza de que o sol se abriria em qualquer quarto escuro que ela entrasse. Se perguntava como pode ficar tanto tempo sem essa sensação de estar em um filme romântico brega.

Agora que recomeçaram o que nunca havia terminado, elas não vão mais pensar nos outros. Agora as palavras mantidas a sete chaves fluem espontaneamente, fazendo crescer ainda mais a alegria de estarem finalmente falando sem pudor.

E se mesmo todo o mau do mundo continuar não dando trégua, as duas irão lutar. 

Era noite de segunda, e como de costume chovia por onde elas passavam. Não há mais segredos, nem constrangimentos, nem motivos para tristeza. Elas estão livres agora, e pelo que sei não as veremos por tempos, porque precisam do tempo que agora pode demorar. Foi o que disseram quando já muito atrasadas renunciaram ao sofrimento sem razão.

sexta-feira, julho 13, 2007

Reticências, omissão intencional de coisa que se devia ou podia dizer.

Se antes já tinha alguma idéia de solidão, ela nada representava em vista do que a garota suportara naquele outono. 

terça-feira, julho 10, 2007

Pluie.

Tarde linda que não precisa se pôr, tão óbvio que as nuvens vão chegar.... Corre a lua vem o escuro, e eu escuto as frases gagas da mesma forma que versos mudos, sem pestanejar.

A guitarra no chão que não preciso mais concertar, no silêncio a música que vem de dentro é a mais alta possível, escutamos, procuramos, tentamos, arriscamos...

Se com muito arrojo eu -chegar a pensar em explicar-, três verbos já foram demais.

terça-feira, junho 26, 2007

Congratulations, you don't have another day.

Ando cometendo suicido de muitas vontades não juntando as letras, não formando palavras e assim não constituindo a frase tão esperada. Posso parecer inerte a todos os fatos, mas quem sabe eu esteja bem acordada.

Poderia facilmente dizer mil parábolas, estrofes, jargões, refrões, contos, haicais, mas seria inútil descrever em palavras a intensidade, o peso, a profundidade do que se reflete em meus olhos quando me deparo com as possibilidades. Essas possibilidades me deixam cada vez mais perdida nas minhas certezas. Assim sigo ações milimetricamente programadas e simultaneamente perdidas no dia-a-dia caótico que vem na frente, trilhando a chegada que não existe.

Talvez você fale sobre falta de apreço e eu responda algo descortês, sem medir o grau dessa impressão desagradável que certamente irá assolar o seu pensamento. Não me deixe fazer isso. Pois basta saber que surgirão as lágrimas mais lamuriantes quando finalmente eu perceber que amanhã não é outro dia, mas é só mais um dia, e não espero o entendimento de ninguém quanto a isso.

domingo, junho 17, 2007

Aliás, não mais.

Não importa se o vento trouxer nuvens que possam formar respostas para as suas dúvidas. Não quero ver até onde você consegue enxergar além do espelho.

É tarde para destruir, tijolo por tijolo, os muros da tua fortaleza.

segunda-feira, junho 11, 2007

Apesar disso; no entanto; contudo...

"Oi", e já foi o bastante. 
Até logo, não obstante. 
Por que talvez sim? 
Talvez não para o não. Não sendo tão ruim, não me metendo em mais confusão...

 Devolve o livro, esquece o sol, escuta o tiro, filme em espanhol? 
Volta para casa, dorme, não acha graça. 
Liga-me amanhã, medo instável de caminho inábil pros lábios cor de maçã. 
Não dite versos errados, já disse que irei, pois ficou o rastro do que eu não queria quando te ensinei. 

Talvez até chova, mas que chova de repente, já que é para ficar em casa, com as coisas da gente. 

Ver você agora é bem mais absurdo, irredutível ao oposto uso. Não fique abuamado quando te dizer, o quão malévola a noite vai ser.

 E se na sua cabeça vazia surgir a ideia de que meus versos falhos são malquerentes... Não deixe olvidar que "oi", e já foi o bastante para a gente...

quarta-feira, maio 23, 2007

Para todos que foram e esqueceram.

As pessoas dos livros fazem tantos rodeios, talvez porque não consigam explicar, ou expressar bem a idéia da ingratidão ou descaso humano.
Seria mais fácil, se deixássemos bem claro a todos, desde pequenos, que são seres únicos (eu passaria por muito menos fases ruins se não fosse por isso).
Acho que a vaidade absoluta reina nas confissões de amor, talvez eu seja assim, talvez eu tenha espelhos demais, talvez eu tenha lido demais e enlouqueci antes da hora. Mas, convenhamos, as pessoas nunca ligam, e você não sente falta da voz, é o orgulho ferido, o número não discado. Procura arduamente algum telefone substituto, esquecendo que o processo é o mesmo.
Eu, com conceito elevado ou exagerado de mim, nunca liguei, pelo menos não literalmente. Eu, ainda que inábil a qualquer coisa que esteja fora dos meus sonhos, consigo forças para a grande mudança.
O fato é que sei que não preciso disso, mas sei que isso é preciso, não por mim, mas pelas horas gastas ao telefone.
Conheci pessoas bem vestidas, em balcão de bar cool, que se diziam interessar pelas artes, e como se levantassem peso, cuspiam frases decoradas elevando seu ego. É normal ir ao banheiro e ver uma dessas pessoas com a mão do lado esquerdo do peito, procurando o coração que deveria estar alí. Procurando algum refúgio, algum lugar onde o que lhe é natural poderá ser exposto sem nenhuma interrupção, aquele amparo que não tem tempo de sentir nos braços de desconhecidos em noites tão curtas.
Para todos os que foram e não ligaram, para todos os que perderam na lembrança quem são, para todos os que perderam a habilidade adquirida ao longo dos anos de amar infinitamente, dou de bom grado toda minha desatenção, desconsideração e desprezo.

domingo, maio 20, 2007

Set me free.

Eu sempre pensei em você como deveria ser,
yukkuri sono me akete goran yo, your heaven's a lie.
Something wrong quando percebo que ichiban hoshi ni inoru, sore ga watashi nokuse ni nari.
Je t'aime, Je t'aime! Nessun senso, non potete girarli intorno.
Mich frei einstellen mit deiner Liebe.

terça-feira, maio 01, 2007

Arrastando a vida.


Não é em um espelho que se reflete o amor. Talvez as rugas, que em silencio aparecerão em meu rosto, me façam esquecer do desgosto que tenho em parecer tão jovem.

Você segue pousando a suas mãos sob as cordas desse violão, e eu arrasto minha vida brindando e fazendo as pazes com o tempo.


sábado, abril 28, 2007

.iaP

Tento olhar para além desse sufoco que dizem ser passageiro. Eu sei quem você é, mas provavelmente não usarei isso para nada.


terça-feira, abril 24, 2007

4 dividido por 2.

É complicado, dizer a você o que não quer ouvir. É quando tudo o que você viveu acaba em fotografias e enfeites de natal.

Acredito que a compreensão nos liberta daquela terrível e tirânica frustração. É a melhor coisa a se fazer agora, daqui para frente deixar-se conduzir pelo que quer que aconteça espontaneamente.

terça-feira, abril 03, 2007

Moradia, morra dia.

Só isso.

segunda-feira, março 26, 2007

Penso que deve existir muito mais do que o que eu tenho visto para me explicar o que eu preciso. Algo desentoa do contexto, e estou abaixo do palco, espectadora da minha própria morte.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Viver é uma obrigação, mesmo quando nos afastamos de nós mesmos. 
Entrego-me a tantos vícios, tantas propostas de cura para essa monotonia que é respirar e seguir em frente... 
Estão batendo a porta, e só por isso sinto que preciso ir.

sábado, fevereiro 03, 2007

Meu nome está no topo da lista das coisas que menos gosto.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

365 dias.

Poderia me congelar, mas sigo brindando possibilidades.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Chovendo.


A noite de hoje foi mais intensa, mais escura, a chuva não lavou nada.
Sua beleza resplandece e continua mostrando o melhor de mim quando menos espero.
Acho que nesses dias de amor novo, o óbvio sempre nos surpreende, daí a sensação de que o impossível é sempre possível.
Nesse momento, fecho os olhos para sentir uma verdade que não enxergo, em uma nostalgia brega que não me deixa dormir.