Nesse momento consigo ver o que a partida de seus traços (agora tão familiares) me fariam sentir. Te recordo por meio segundo, e na cortina entreaberta vejo um feche de luz que representa dia após dia, minha nova espera.
Ligo a TV baixinho e se fecho os olhos mergulho nos lugares onde você completou o espaço vazio, percebo que tudo já parecia dez vezes maior a medida que ias se despedindo.
Quando a tranca do meu quarto não sustenta o peso da porta, o vento que sopra para dentro tem cheiro de realidade distante. E qualquer música que ouse interromper meus pensamentos, enquanto viaja por entre as ondas sonoras se modifica e vira a voz que me arrepia, que me deixa sem jeito... Nada ouço, além de você, em meus ouvidos.
Seria muito estranho dizer que a distância só nos trouxe mais proximidade? Seria muito dramático dizer que lembro dos teus traços levemente desenhados pela água que escorria, vinda do querer tanto... E quando passaram pelos meus, marcaram a pele de um jeito que nenhuma chuva de horas poderia apagar?
As cartas que por ventura chegarem, no papel trarão a maciez do teu toque, também o jeito que me olhas enquanto minhas pernas se mexem e meus olhos procuram um porto seguro, longe de toda a excitação que me trazes com um simples movimento de cabeça, e você ri me segurando firme com os olhos, me deixando no alto com teu abraço, me sustentando sua, com uma palavra.
Um comentário:
"Etiénne", belíssimo nome minha cara, ele tem origem francesa, e é uma variante francesa do masculino Estevão, que significa "coroado de laurel, de glórias", e também pode ser uma versão francesa do nome Esther, que significa estrela... E lendo o teu texto percebi que teu nome faz jus à dona mesmo! Fantástico!!! "me sustentando sua, com uma palavra"!!! Fora o fato de seres linda, ao ver tua photo no blog da querida Iara Vetter tinha que conhecer teus escritos e apreciei muito tua prosa muito perfeita e belíssima :)
Beijocas do novo fã ^^
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