domingo, novembro 04, 2007

Foguete.

A insignificância vista a olho nú, desperta cada vez mais o desejo de ir embora. As pessoas forjadamente especiais se despedem sem nem ter dado partida. A luz pálida e o vento gélido não conseguem me acalmar e nem me socorrer, quando acabo sempre cometendo os mesmos erros.
Bebo até o último gole da água em combustão, assim esqueço porque saí novamente para o sacrifício semanal.

Perco todas as minhas idéias pelo balcão, e fico juntando seus fragmentos. É tudo porque toda dor se foi, e não sei viver com essa ausência de ilusão. A felicidade enfim se vai pelo mesmo caminho, e assim só, nesse vácuo surgem devaneios que seguem na frente mostrando minha grande casca oportunista.

Mais do que tudo penso nos meus braços que tremem envolvendo seu pescoço. Concentro-me neles tentando sem sucesso parar com o nervosismo teatral, que surge naturalmente como mais um artifício.

Suspiro e sorrio para as câmeras de olhos castanhos ou azuis, e acabo me desfazendo de mim. No fim consigo tudo de nada que me completa.