domingo, setembro 22, 2013

A página ainda está em branco. Engano-me mantendo-a aberta por dias à espera de um surto poético... Já não consigo ver o que está em mim.

Assassinato de palavras.

Quando ela está com toda a pele à vista eu me enxergo melhor... Mas as noites insistem em acabar, e tudo o que toquei vira pele morta pela manhã.

Sussurros dos dois lados dos meus ouvidos seguidos por uma excitação como uma música que começa falando de amor sem machucar ninguém, me faz querer escrever...  Para dizer a ela que se pudesse fazer um trato com as horas nosso amor não pararia de ecoar nas nossas vidas. Porém, hoje preciso repetir teu nome em voz alta, para te materializar no quarto, sem saber direito como foi que a minha vida ficou vazia de ti. E como que a cada passo que damos, a cada osso quebrado, estamos sincronizadas nessa poesia agoniazante de amor recíproco destruidor... 

Digo para lembrar-se de mim quando todo mundo ver que a ferida começou a sangrar pelos olhos, quando as fotos forem mais reais que o momento presente...

Talvez lembraremos só das celebrações e de quando nunca ficava tarde, do sol brilhante e do crime perfeito. De estarmos nesse descompasso dançando separadas a mesma música, cantarolando um adeus que nunca aconteceu.

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Estive dormindo e te vi aqui, e exceto o seu rosto não consigo pensar em nada melhor para me despertar...É quando encosto meu corpo no teu perguntando a mim quem escreveu esse texto.