quarta-feira, novembro 30, 2011

Então se perguntou se isso não a lembrava nada, esse silêncio de solidão num quarto desarrumado... Respondeu como faz normalmente às suas vozes internas, fechando os olhos antes que caísse na tentação de refletir sobre o que vê e entender que existem coisas que são normais só pra ela.

Fez de conta que não entendeu o que significavam aquelas palavras pelo chão e logo viraram só os livros que esqueceu de guardar. Arrumou a cama tapando os ouvidos para não escutar o perdão dos lençóis...

Essas coisas que ela faz normalmente sem soltar os seus gritos internos, levaram-na para longe de escapar do mundo que criou:

"O mundo constrói todos os dias uma estrada onde o caminho é muito curto para se chegar a qualquer lugar, onde não existem curvas nem dúvidas e eu ficaria sempre perto do que quero deixar para trás."

Assim essa garota, sem saber estar inválida, acaba a oração encostando a cabeça sobre sua vida, vendo ela passar...

quinta-feira, novembro 17, 2011

Cega saudade.

Os olhos dela remetem o suicídio que seus sentidos fazem quando ela me disse que não escreve mais. E sabemos que tudo aponta para o desespero quando seus pés tremem parados por saberem que não podem mais seguir os meus.
Começou a procurar soluções de problemas que ainda não existem, por isso anda olhando para além do que os olhos alcançam, "torna-se cego quem não se contenta com o que vê" eu falei, mas ela não entenderia, concentrada no nada...
Fecha os olhos e resgata teus sentidos mortos, sente todos os teus órgãos novamente e faz meu toque na tua pele acontecer de novo, coisa que pulsa de dentro, que faz os olhos verem o que não alcançam abertos, e volta a enxergar.