quarta-feira, julho 30, 2008

Borboleta confusa.

Amanhã é um bom dia, para procurar por ela e acabar achando sempre no mesmo lugar, na imagem que eu mesma criei e que se aloja dentro das minhas veias pulsantes. Por hora, eu preciso como sempre tentar a compreensão escrita, e por mais vã que seja, eu quero falar sobre o assunto sem explicação que corre com meu sangue, que talvez fique mais claro do lado de fora.
Os detalhes de cada traço da borboleta refletem meus olhos atentos, voando cada vez mais longe junto dela (é tão intrigante, mas não precisa soltar a voz para se explicar.).
Me faz temer a queda, já que me deixou acima das nuvens, contornando os meus desejos devagar, esperando o momento certo de dizer o que já sabíamos.
Provavelmente só vão ser mais duas asas bonitas que coloriram o preto e branco dos meus textos, por isso eu espero que o provável se mude junto com meus sentimentos antes de ver aquele vôo.
Vejo claramente as dúvidas que vem de mim permitindo que meu corpo se deixe espancar, por vezes inundado de felicidade, e por vezes fora de toda a cor.
Depois dos gritos aliviantes, de repente, o medo volta. Enquanto toda a cena permanece no silêncio das palavras perdidas pelas razões erradas.
Eu percebo dois corpos que se movem para vencer os passos que os separam, mesmo assim eu não a sinto, sentindo como nunca.

quinta-feira, julho 17, 2008

Despedida do que vai ficar para sempre.

Venho falar sobre o que choro agora, sobre o que não entendo mas que acaba sendo tatuado por dentro, sobre o que desespera o corpo, sobre como ele não para de se contrair...
É o que todo mundo espera desde o começo, o fim. É o que atinge os órgãos vitais de tal maneira que você começa a se dilacerar por fora para não ter que pensar no que corrói por dentro.
É a forma mais difícil de passar os dias, em sofreguidão pelo amor romântico, em rebeldia pelos dias perdidos, tentando cessar o fogo que não deixa de arder quando como algo, ou tento sorrir.
É tentar resistir, escrever coisas lindas sobre pessoas que não existem, ler contos de finais felizes, ver o nascer do sol atrás do copo de bebida. Mas se torturar travando ao escrever sobre o quê não se sente, chorar de inveja das pessoas do livros, se jogar cada vez mais no vale escuro com as atitudes insanas de uma criança sem lar.
É o esforço para andar, um pé de cada vez, empurrando o corpo junto, arrastando os braços consigo, aqueles braços que já não me servem mais para nada, aquele corpo que vira um fardo e acaba se deitando em qualquer lugar para deixar a mente tomar conta de tudo. Enquanto o coração chora pelos olhos, a boca se fecha e o esforço para tentar esquecer de tudo faz com que eu nunca me levante.
Acabo virando meio que um zumbi, te carregando nas costas, nas mãos, entre o pescoço, nos braços largados...
Minha garganta pronta para o grito se cala diante da voz que quero esquecer. Sou meu próprio veneno, me esgueirando pelos lugares mais sujos, me escondendo dos meus atos, tentando inutilmente resgatar um pouco da paz que já existiu em mim.

terça-feira, julho 15, 2008

Substituição de sentidos pelo que foi sentido, ou o que faz sentido.

O que me tranqüiliza é ver com precisão absoluta onde acabo me repartindo. Quando vejo minha boca falar o que não vai ser escutado enquanto penso no que deveria mesmo ser dito, eu tenho a certeza disso.
Sei que com os ouvidos não deixo passar nenhuma frase sem cada palavra ter significado concreto, por isso não entendo por qual motivo minha boca cessa e se cala diante de verdades irrevogáveis.
Preciso é de mais atenção dos olhos que se escondem, fazem de conta que estão abertos, mas são tão vagos quanto a voz que saí da boca mentirosa.
É um desvio de olhar, uma frase que já começa trêmula e incoerente, dentro de uma mente que sabe o que precisa dizer, mas diz o que deve.

terça-feira, julho 08, 2008

Cada história, um pouco de ti.

Um quarto fechado, meio sonolento e fraco, o prazer é todo meu em quebrar o silêncio com a persistência de minha escrita rápida. O suor da sinceridade escorre, passo as mãos sobre meus olhos, elas estão anestesiadas agora, são fragmentos seus tomando conta de todo o meu corpo. Teus olhos, meus caminhos, tua boca, onde me perco, tuas mãos suaves, de tão anestésicas não deixam a sensação passar nunca após um toque. Teu corpo me cobre do refúgio que sempre procurei, sempre precisei, sem o qual agora não vejo mais razão em estar no mundo, já que meu universo cabe com folga no nosso beijo. O agrupamento dos dias, faz mais forte o sentimento sem razão. É tanto estar com você, apertar seus ombros esperando uma resposta do pescoço que se inclina à espera de mais cinco minutos comigo.... Depois percorro seus cabelos, e eles não me mostram direção, desorientando todo o meu corpo. É nesse momento que eu me movo tentando superar o vazio que existia dentro das minhas veias. É tanto, que eu não sei o quanto. Minha cabeça se move conturbada com tanta saudade inundando todos os meus órgãos, tecidos e ossos. De você não consigo me esconder. É amor, e dá medo só de pensar que é igual aos filmes.

quarta-feira, julho 02, 2008

Senso de direção.

O que escuto junto com as teclas apressadas por compreensão escrita, é o que me deixa simples e só, e isso basta. Uma prova a mais de que o completamente aceitável está dentro da linha de trasição entre o certo e o errado, o que me faz reter o alívio de continuar sendo eu por alguns dias.
O rosto agora descoberto e repleto de um não-significado, de tão puro e simples faz entorpecer qualquer idéia de toque. Tem coisas que te emocionam só com o que aparentam ser, não sinto mais a vontade de possuir, ou tocar eternamente.
Sinto sim uma fuga rápida para o canto esquerdo, um tempo barato para o que se diz importar, um jogo fracassado de quem perde primeiro.
De repente o que pesa não é só o que eu levo comigo, mas o que me retém dentro do lugar. O árduo esforço para me mostrar esforçada...
O trabalho sem recompença, de pensar mais para a direita porque te ordenam, fora da minha rota esquerda, da minha segurança de não confiar, da minha insistência de me manter só.