Me fizestes lembrar das grades, aquelas que me prendiam na quadra de esportes de uma escola com muitas idênticas... Porque quando o vento soprava forte, ia secando meu cabelo do suor que a agonia do grito calado proporcionava, então meus dedos procuravam os contornos das grades e os passos se apressavam, assim eu tocava depressa uma por uma. Os dedos, aos poucos, ficavam dormentes, enquanto meu corpo era detido por uma vontade imensa de sentir o mesmo como um todo. Era uma sensação de dois segundos que eu tinha de liberdade mesmo dentro dos muros altos daquele espaço. (Uma fuga rápida para nenhum lugar em especial).
Me fizestes lembrar das grades, tome isso como uma boa consequência inconsciente de onde teus pensamentos me levam e me deixam.
No exato momento em que eu fechava os olhos e tentava sentir os dedos como se só eles fossem meu corpo, nesse segundo em que não sabia da tua existência fora ou dentro da minha vida, eu posso jurar hoje, que quando eu abria os olhos o vento sussurrava suas canções futuras...
E agora vivo com uma certa angústia, como se eu andasse sempre procurando uma abertura que seja na direção do teu conforto seguro (uma fuga sem volta para um lugar em especial). E para complicar, essa porta é da tua casa, você que eu mau conheço....
Um comentário:
esse movimento, tão veloz, me faz passar os olhos, distraídos, por onde o coração nunca seria capaz de encontrar
Postar um comentário