sexta-feira, setembro 14, 2007

Antes de dormir.

A raiva corta minhas retinas fatigadas pelo esquecimento. Desce até meu peito e cobre de cinza meu coração. Mas meus ombros pesados se perdem na leveza do seu piscar de olhos. Penso que poderias muito bem ser assim para sempre.

De repente tudo o que foi dito foge do contexto certo, e o indiscutível nível das gargantas doendo faz com que nos afastemos.
A distância nunca combinada, faz do passado o ponto de partida. Das angústias, obstáculos insuperáveis. Do medo, a corrida contra não se sabe o que. Do futuro, lembranças vagas do que poderíamos ser.

Por entre as árvores continuo vendo o sol se pôr, todos os dias. Fechando os olhos e só abrindo na escuridão. Comparo o fim da tarde com você.

Erguendo minha mão na esperança de secar uma lágrima tua, toco o vazio, nada me responde.

Vou dormir com a noite testemunhando cada gesto meu de tristeza.

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