segunda-feira, outubro 15, 2007

Para ti eu canto, por ti eu danço, em ti eu lembro.

Transformo-te em escrita pois a cada dia mais fragmentos de você se vão. Mas se te encontro, em ti vejo todos os dias não aproveitados por mim. E nesse desencontro de agora, é mais difícil do que parece, o esforço para não esquecer algo que nunca pensei que deixaria de ter comigo. 

A armadura de linho já não nos protege desse esquecimento sem escolha. Cada faca que nos atravessa quando passamos sem nos perceber, faz mais forte a cicatriz. Chegará o dia em que nem notaremos mais a dor, e a esperança se perderá afogada em tantos dias de espera.

 Assim o grande portal se fecha como uma piada contada várias vezes. E completamente inerte a tudo isso estamos nós tendo alguma coisa nos entretendo, tentando disfarçar o verdadeiro segredo do que acontece por trás dos passos em direções contrárias.

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