segunda-feira, maio 28, 2012

Não me arrisco a perder qualquer detalhe do que preciso para ter-te quando não estás por perto... Assim atravessas uma porta e eu não posso deixar de perceber o movimento das tuas mãos que logo procuram pelas minhas. Andas pela rua apertando a alça da bolsa, me olhas no compasso certo enquanto teus cabelos vão conversando com o vento, e sorris de repente. Pergunto no que estás pensando, - interrompendo o fluxo espontaneamente perfeito do teu corpo - dizes que não é nada, e teu rosto me responde a pergunta num silêncio de expressões gritantes.

- O vento que sai da tua boca quando falas é como se fosse uma parte minha, como se tu soprasses meus dedos que guiados por ti, escrevem essas frases deixando fluir os sons que estão escondidos no nosso abraço... -


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Acordas permanecendo imóvel, e o pouco de luz que entra no quarto consegue refletir teus olhos sonolentos pedindo por mais tempo de descanso. Não consigo deixar de notar cada traço da cena, e sabendo que jamais me livrarei dessa lembrança sorrio de repente. Perguntas no que estou pensando, digo que não é nada... E logo respondo-te com um beijo pedindo para ficares até quando for possível, mas dando-te a certeza de que essa cena é eterna mesmo quando existir a ausência de nós duas.

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