segunda-feira, maio 28, 2012

Não me arrisco a perder qualquer detalhe do que preciso para ter-te quando não estás por perto... Assim atravessas uma porta e eu não posso deixar de perceber o movimento das tuas mãos que logo procuram pelas minhas. Andas pela rua apertando a alça da bolsa, me olhas no compasso certo enquanto teus cabelos vão conversando com o vento, e sorris de repente. Pergunto no que estás pensando, - interrompendo o fluxo espontaneamente perfeito do teu corpo - dizes que não é nada, e teu rosto me responde a pergunta num silêncio de expressões gritantes.

- O vento que sai da tua boca quando falas é como se fosse uma parte minha, como se tu soprasses meus dedos que guiados por ti, escrevem essas frases deixando fluir os sons que estão escondidos no nosso abraço... -


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Acordas permanecendo imóvel, e o pouco de luz que entra no quarto consegue refletir teus olhos sonolentos pedindo por mais tempo de descanso. Não consigo deixar de notar cada traço da cena, e sabendo que jamais me livrarei dessa lembrança sorrio de repente. Perguntas no que estou pensando, digo que não é nada... E logo respondo-te com um beijo pedindo para ficares até quando for possível, mas dando-te a certeza de que essa cena é eterna mesmo quando existir a ausência de nós duas.

sexta-feira, maio 25, 2012

Continuas dançando entre os pensamentos que me mantém acordada... Como se uma certeza de felicidade cobrisse meus olhos formando um muro que não deixa mais lágrima nenhuma cair. 
De repente, tanto silêncio nesse quarto me assusta. E a chuva de hoje é a prova do que tuas palavras de solidão fizeram com o meu mundo. Essa chuva sou eu, derramando água triste pela cidade toda, lavando cada lugar onde passarás amanhã para te mostrar de que nada vale nossos passos conjuntos se não estiveres feliz como eu.

Enquanto dormes e eu deixo o barulho das gotas embalando teu sono, torço para que acordes tendo a certeza de que nenhuma chuva, mesmo forte como essa, apagará teus traços da minha pele.

sábado, maio 19, 2012

Reorganizando os pensamentos desse mês, explicando uma metáfora por outra, acabei encontrando mais de mim no que deixei de te dizer.
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Quero entregar-te hoje, todas as reticências que cabem no meu silêncio...

terça-feira, maio 15, 2012

Jura que vais ter dúvidas de que isso é teu?


Hoje tornou-se inevitável a antiga hiperatividade com o controle remoto, procurando entre um canal e outro uma resposta cabível para essa vontade que em mim já não cabe mais... 

Corto-te em vinte pedaços à medida que vou trocando de canal, e os junto novamente fechando os olhos. Mesmo assim, ainda não consigo encontrar quem realmente és no meio dessa escuridão toda. 

Confrontando-me novamente com o mistério de conhecer alguém, percebo o quanto isso ainda me assusta.

Lanço-a através das páginas do meu dia, claro. Mas pensava que ela ainda não estava realmente escrita, até alguém ver seus traços desenhados no meu rosto. Desenhos dela em mim, que explicam melhor do que qualquer metáfora que eu venha a desenvolver, o quanto estamos juntas.


Quero que ela saiba que escrevi um novo roteiro de viagem... Seguirei pelo caminho do tom da sua voz que me levará até a escuridão do que ela é, para que eu construa uma morada. Logo eu não estarei lá para descobrir onde estou no escuro, e sim porque coberta de luz ela deve ser ainda mais linda.

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Calo-me diante da tua voz, retribuo teu abraço jogando-me dentro do teu corpo, te beijo prometendo não fugir na hora em que essa escuridão esclarecer-se em luz, e sempre que te olho, é isso que estou dizendo com meu sorriso.

quarta-feira, maio 09, 2012

You liked your cocaine chaser...

Cinco anos e ainda é a mesma canção que te traz até mim... Fingindo não me importar com toda essa burrice de ter me preocupado tanto contigo, quando te imagino estás dormindo. É o único jeito de não doerem meus pés no chão quando voltas e achas que estou feliz por te ver, e na verdade estou só me situando em que parte está a história de sempre que começa e termina, repetindo-se idêntica ao longo da tua vida. 

Não caminhas ao lado de ninguém, garota. Tropeças nas pessoas empurrando-as para longe, e esse é teu único momento de contato maior. Embarcas nesse teu plano de mundo em que todos os seres inferiores a ti precisam entender o que a tua grande sacada da vida já te ofereceu.

Mas ninguém é cego como pensas, o mundo te virou a cara por pena desses teus olhos mentirosos.