quarta-feira, maio 04, 2011

Uma foto sobre a cama.



Escuta agora porque tem palavras que não se repetem mais... Preciso de um lugar seguro para ti, preciso que entendas que os dias passando deixam os próximos cada vez mais sem ar.

Você deveria sentir como é lembrar de um sorriso impresso e perder a pontuação na fala, perder o compasso e tropeçar, colocar as mãos sobre olhos para não perder a visão seletiva... Estou contigo nessas horas, mais do que entre essas paredes que sustentam a ideia de intervenção ao natural, mais do que entre rostos familiares que só dão ênfase a minha fuga pro teu sorriso...

Já tive que te tirar de perto em horas em que o tempo pesa na cama, já te entreguei a outros olhos quando os meus precisavam saber se não eras uma mentira, por ser tão bela...

Agora, escuta sem pressa, porque essas palavras vou repetir a hora que você quiser... Tem um lugar no meu corpo, que te abriga com a certeza de que em cada respiração tudo em mim te sente.

Deverias ver as cores que agora surgem quando desenho teu rosto, quando imagino teu gosto e não me perco mais. Não és mais fuga se pra onde vou sinto como se estivesses me levando. Não é mais forte o desejo de te ver do que a felicidade de ter essa possibilidade me seguindo, conto as horas que flutuam leves sobre a cama e sobre a tua beleza, minha verdade preferida.

Um comentário:

R., R., Rosa disse...

Nunca sei se na espera existe a ânsia por uma resposta ou se realmente devo silenciar-me diante de palavras proferidas para um Tu que não sou Eu.
Aí me pergunto: isso é um recusa, uma fruição estética somente ou egoísmo?

Etienne, continuo imerso numa gama de coisas. Sinto sua falta pois ao seu lado as coisas pareciam ter mais caminho.

Cuide-se