domingo, junho 26, 2011

Pressa.

Ela jogou o rosto contra o meu e fez esses dias claros virarem noites temporárias, deixando as promessas para quando tivermos fôlego. Encontrou em mim uma fome que tenho de fazê-la perceber o quanto a quero distraída pra surpreende-la, e assim me viu por dentro.

Todas as palavras de agora que tem o tom de sua voz, saem da minha boca quando pareço saber sobre o que falo.

Não posso deixar de sentir essa estranheza de tê-la encontrado em mim antes de vê-la com esses olhos de agora (esse é de todos os invernos, o mais doce).

Existe uma calmaria que não nos cabe a dúvida de estarmos esperando um tempo mais frio, para que o mundo gélido de dois corpos seja além de doce, certeza quente num abraço daqueles refúgios literais.

segunda-feira, junho 13, 2011

Editar.

Respira mais alto escondendo esse medo de viver algum risco. Encontra tua calma na confusão que vem comigo. Deixa minha voz ser promessa de sol, deixa ao menos eu prometer...

domingo, junho 12, 2011

Queria que você me visse agora...

Queria que você me conhecesse agora, te convidaria para as coisas mais simples, tudo ao nosso alcance. Contaria minha vida não como quem compõe uma música, mas quem canta sem pensar se está soando estranho. Estaria contigo não me importando se para isso às vezes fosse preciso não estar ao meu lado, não existiria orgulho que cessaria meu sorriso ao te ver chegar.
Queria que você viesse agora, pra ver como fico nervosa com a ideia de não voltares. Queria te tocar agora, pra você sentir no meu jeito algo que pararia o tempo, que te faria cega dos meus defeitos, que te daria a certeza de que tudo mudou e agora é o tempo pra dizermos que é pra sempre, porque tem coisas que não mudam.
Queria que você me visse agora, agora que é puro o que sinto, agora que não me importa se não estarei entre teus sorrisos, agora que só preciso que eles aconteçam.
Queria que você me deixasse chegar perto agora, um pouco perto, muito perto, às vezes perto, sempre perto, o bastante pra eu me apresentar...
Queria que você me visse agora, e o quanto eu quero que te tire um sorriso essa leitura, meio sorriso, uma vontade de sorrir, o bastante pra pensar em voltar...

sábado, junho 11, 2011

Repara.

Diz bom dia para a manhã num sussurro e fecha os olhos procurando descansar dessas noites mal dormidas.

Aperta os travesseiros contra os ouvidos e tenta conversar consigo mesma, procurando saber quem está alí entre vozes que nessa hora a boca imita soltando o ar quente de um abraço retido, e o corpo se vira como se o outro lado do quarto tivesse todas as respostas.

Esse meio sorriso só dura quando a ilusão é mais aparente, quando o que sabe-se dela fica tão escondido que os olhos alheios nem tentam mais decifrar. E no fim ela sabe que é porquê não se repara nada quando é justamente o nada que se expõe. Seu vazio expresso nesses momentos é o que mais a caracteriza, e enfim sua face toma o mesmo formato do papel que representa.

Existe um momento em que tudo fica quieto e o mundo esclarece seus medos...

Fala então num grito que escorre em forma de choro: "Dorme garota, já que é tarde e ninguém vem, já que é dia e ninguém te espera, já que você não se encontra mesmo..."

terça-feira, junho 07, 2011

Aperto os lençóis e eles gritam teu nome...

domingo, junho 05, 2011

Sobre o que é teu.

Entre as luzes acesas a noite chegou, e o frio vem com esse vento doce que me remete o cheiro da tua pele... Todo vento que me toca hoje, deixa essa sensação de brisa tua, quero dizer.

Agora sinto o escuro da noite sem medo de prolongá-lo no sono, se nele te encontro, sem medo de despertar pro dia, se te tenho aqui (me pego abrindo todas as janelas).

Encontrei algo meu que esteve escondido numa ideia tua sobre quem sou, despertando a certeza só nossa de que todo vento agora virá suave e viciante (estes que saem das nossas bocas, e entre palavras de sussurros chegam cada vez mais perto de se encontrarem em versos que ecoarão no silêncio de um beijo).