Agora que quero companhia silenciosa de pensamentos voadores, a casa inteira grita e sinto as janelas tremerem. Tudo tão intacto, cheio de alguma coisa desconfortável que penetra no vidro.
Não posso deixar de ver, mesmo fechando os olhos com força como quando criança. Alguns costumes como esse voltam a tona nessas horas, são os mais naturais, os que mais se parecem comigo.
Fechando os olhos lembro de quando dizia o quanto a amava e sentia o beijo preso na garganta, noto que ele ainda está aqui, e às vezes engasgo tossindo vontades pelo meu caminho.
Comprei o cheiro que me lembra os poucos beijos consumados. Vou espalhar pelo quarto... Assim como pele postiça flutuará no ar, até penetrar no que me é desconfortável. E talvez fechar os olhos agora, faça o mundo silenciar-se.
Então boa noite, amor. Saiba que te vejo como ninguém ao teu lado te vê, entre minhas pálpebras bem fechadas tenho sua expressão mais bonita, e esse sorriso é visível só para mim, nem tu sabes dele.
3 comentários:
Cada vez que te leio aqui, mais amOo esse teu blog...
incrível como tudo que a gente escreve e lê depende do nosso espírito.
quando a beleza se recria, nem mesmo os entremeios das palavras revelam a essência da história; é a sinestesia de uma língua que se cala, duvidando do seu real e por justo, complementando o sonho para o vital.
sempre inspiradoras as trilhas daqui.
beijos, querida!
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