segunda-feira, março 22, 2010

Thirst unanswered.

Falar disso tudo de uma forma diferente, de algum jeito que não machucasse a retina quando eu fosse revisar o texto, deixaria na boca o gosto de ferrugem dessas grades hospitalares. Que para mim, acabam sendo mais familiares do que essa nossa prosa colocando pontos nos papéis em branco... Acostumei-me a enganar-me.
"Arruma teu rosto, menina. Levanta esse queixo. Esconde entre teus cílios que já não tens mais aquela ânsia por nos entender. Escuta-nos como quem ouve propaganda barata. Está pronta a tua mente para a nova enciclopédia de desculpas, e junto disso, uma gota do teu sangue nessa pele branca personificará o nosso discurso."
Encontrei três ou quatro motivos para vir até aqui ver com meus próprios olhos, mas aos poucos, fui perdendo eles pela janela entreaberta do carro. E a noite esfriou de repente. Quando vi um ou dois motivos no rodapé daquela sala para permanecer alí sentada, foi só por cansaço, foi pela espera não ser em vão, foi só pela viagem não ser um erro interligado as minhas decisões entre dúvidas. A certeza de que o silêncio reinaria e que aquela cara de "você já sabia..." não iria mais me chatear, tinha que ser concretizada para os meus passos futuros estarem completamente descalços de vocês, sentindo terra firme.

Um comentário:

Joanna disse...

Ontem mesmo pensei na falta que palavras desconhecidamente bonitas fazem...
Só conheço esse espaço, que é distante, virtual e confuso, sometimes. Mas sempre bom, mesmo quando não entendo, como hoje.
As palavras são sempre doces. E isso me agrada!

Um bjo!