segunda-feira, março 29, 2010

Dazed soundtrack.

Suffocating under words of sorrow,
All this things I hate.
The poison.
Her voice resides.
Green roof, cobble stone floor,
Winter eve at an outdoor coffe.
Juggling fire between fingers and lips,
She stood draped in a veil of smoke.
So I can go with the flow... You know.
But this flow are killing me, every step of every day. You know.
Could you please take a deep breath
And give me a count to ten?

quarta-feira, março 24, 2010

Raindrops.

Eu tento.
Mas não é suficiente.
Deixe-me pegar emprestado as nuvens cinzentas dessa tarde, para rabiscar sobre elas.
Vou enviá-las à sua terra inviolável.
E reze, para que não mudem de curso ou de forma
Como acontecem com as palavras.
Ou até que se choquem contra outros desabafos românticos
E escorram água como uma chuva de aplausos.
Há muito mais a dizer, e tenho, de fato, deixado muita coisa de lado.
Mas por agora, estou tentando perscrutar o mundo
Através das gotas de chuva que se agarram no varal da minha casa.

segunda-feira, março 22, 2010

Thirst unanswered.

Falar disso tudo de uma forma diferente, de algum jeito que não machucasse a retina quando eu fosse revisar o texto, deixaria na boca o gosto de ferrugem dessas grades hospitalares. Que para mim, acabam sendo mais familiares do que essa nossa prosa colocando pontos nos papéis em branco... Acostumei-me a enganar-me.
"Arruma teu rosto, menina. Levanta esse queixo. Esconde entre teus cílios que já não tens mais aquela ânsia por nos entender. Escuta-nos como quem ouve propaganda barata. Está pronta a tua mente para a nova enciclopédia de desculpas, e junto disso, uma gota do teu sangue nessa pele branca personificará o nosso discurso."
Encontrei três ou quatro motivos para vir até aqui ver com meus próprios olhos, mas aos poucos, fui perdendo eles pela janela entreaberta do carro. E a noite esfriou de repente. Quando vi um ou dois motivos no rodapé daquela sala para permanecer alí sentada, foi só por cansaço, foi pela espera não ser em vão, foi só pela viagem não ser um erro interligado as minhas decisões entre dúvidas. A certeza de que o silêncio reinaria e que aquela cara de "você já sabia..." não iria mais me chatear, tinha que ser concretizada para os meus passos futuros estarem completamente descalços de vocês, sentindo terra firme.

domingo, março 07, 2010

Tudo em tão pouco.

Ela esvaziou os teatros da cidade,e colocou todas as cadeiras no meio da rua . Mandou os cérebros petrificados para casa, e trancou os portões dos estacionamentos com fitas de presente. Desbancou os meus mestres e meus conceitos. Depois fez palco para a criança distraída e mostrou-me passagens que vão além do que sei. Louvou as folhas que já caíram no chão, e obrigou os hospitais em que já estive a abrirem todas as janelas. Fez o vento soar minha música predileta, e expandiu seu cheiro por todas as calçadas a nossa frente. Acabou com o peso da minha mochila, e entreteve tanto meus olhos que minha angústia diária sentiu-se acoada. Parou como quem não sabe o próximo passo que vai dar, e esperou-me decidir, ficou alí flutuando entre as construções que iam desabando ao nosso redor... E isso tudo só com aquele riso entre uma e duas da manhã.