terça-feira, fevereiro 23, 2010

A estrada.

Algumas coisas ficam com ar de desonestas ao tentarmos defini-las. Algumas pessoas dizem que suas vidas são influenciadas demais, justamente porque sempre tentam defini-la... Nós usamos como base da nossa verdade o pensamento, que para mim está subordinado à estrada... Como não podemos dizer onde exatamente está posicionada uma casa a menos que sairmos dela, como não se pode dizer o sabor da nossa própria língua... É prova de que não podemos usar o pensamento para definir algo que vem antes do pensamento.
Então, tudo o que podemos definir ou analisar, ou sequer imaginar são manifestações de ruas inexplicáveis vida a fora, de jornadas comparTRIlhadas conforme vamos fazendo curvas, e paradas. Isso é o que nos explica, é por onde andamos pensando, e às vezes por onde pensamos que andamos.
Também a certeza dessa enorme incapacidade do ser humano de definir o caminho é muito sinistra, a falta de um objetivo final, ou a mudança dele de um dia para o outro. Mas de que importa o gosto que tens na boca quando te perguntam para onde vais e pensas como J.R.R Tolkien, com aquele sorriso entreaberto: "West of the moon, east of the sun."

Um comentário:

Joanna disse...

Também gosto de vir aqui, desconhecida. E gosto tanto, que venho repetidamente, em uma ânsia nervosa pelas próximas linhas.


=*