quarta-feira, agosto 24, 2011

Prazer, meu nome é...

Ao longo dos anos dei vida a olhos que enxergam só o meu mundo, e não achei que algum dia fosse ver cores novamente. Precisava superar a fenda ainda encoberta de dor, entre a criança que nasceu sem nome e quem sou hoje. Não suportando mais olhar para dentro e transparecer a escuridão em tudo que vejo, peguei na tua mão e comecei a esquecer o que queria entender. Encostei meu rosto no teu e comecei a acalmar minhas pálpebras para acostumá-las com a tua luz.

Invadistes as horas em que fico de olhos fechados achando me reconhecer, e é tão silenciosa e cheia de dúvidas minha escuridão que acaba sempre em um círculo de respostas inconclusivas (que agora não fazem mais sentido)...

Não sabes, mas divido o quarto com um espelho que nunca me viu, e hoje pude reconhecer, pela primeira vez, uma parte minha nele... Era teu rosto iluminando o quarto, e eu não consigo pensar em mais nada depois disso

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