quarta-feira, março 30, 2011

Esqueço a hora que marquei, perco papéis importantes, chove em mim o dia inteiro. A pele reclama de frio, a cabeça avisa que durmo pouco. Os cabelos caem nos olhos, os óculos se arranham cada vez mais. Me esforço pra um não sei o que, reclamo de algo que não vejo. Não encontro nada nesse quarto, fico de costas para o público.
Deixando hoje para amanhã, sigo apressada antes que de tão desatenta mude meu caminho. Mas já visses essa foto, já assistisses esse filme...

domingo, março 27, 2011

Depois a gente ficou muito tempo procurando um jeito de dizer que não sabíamos o que falar, mas a voz fazia falta...

Leia em voz alta.

Eu não me releio.

Então não escreves para se reconhecer?

Se fosse assim, seria só um pensamento.

Mas são pensamentos escritos.

São registros de onde me perco.

Não deixam de ser seus.

A não ser que eu os releia.

E essa mentira funciona?

Até eu precisar de provas que sim, funciona.

sábado, março 26, 2011

Se acaso você chegasse...

Tranquei a porta mas deixei um aviso nela, se acaso você chegasse.

Quero te mostrar onde me publico, e até colei letras minhas por toda parte da casa pro caso dos teus olhos se desprenderem dos meus...

Letras que dizem de onde venho, nada sobre onde estou indo porque lá não tem você.

Por isso a única novidade é minha vontade de ver-te tirando dúvidas sobre mim, ficando cada vez mais clara as certezas sobre nós.

O meu mês favorito está chegando, e escrevo também pra te traduzir o sorriso, se acaso você vir com ele.

quarta-feira, março 23, 2011

Salto.

Existem dias que acontecem algumas vezes por ano. Aqueles que ninguém escreve sobre individualmente, que são lidos como uma época que não percebemos nem começar, acabando... Mas tudo tem hora e data, e passei por um desses ontem.

domingo, março 13, 2011

As pessoas na rua.

Entre um passo e outro, existe um murmúrio insistente que mesmo se confundindo com os demais, consigo ouvir separadamente. É na voz rouca que vem minha vontade de chegar mais perto da senhora pensando falar sozinha. Depois, é dentro do choro da criança que busco as palavras que ela ainda não sabe dizer.
Procuro entre risadas alheias razão para rir também. Atrás da chuva nos óculos do garoto, o que o faz tremer se eu não tenho frio. E entre as cortinas de uma vida em família, encontro a fineza do laço cheio de remendos.
No meu silêncio, ando em alguma rua conhecida na esperança de encontrar algo novo, que vem e deixo passar por tentar compreender tudo antes de sentir qualquer coisa.

quinta-feira, março 10, 2011

Era uma vez um final feliz...

Na tua boca, sinto o meio amargo do chocolate. As tuas mãos nas minhas, no meu rosto, entre o doce minuto em que não vemos o tempo passar, me fazem esquecer que o mundo gira, e coloco reticências atrás de nossas vírgulas,...
Era uma vez, digo olhando pros teus olhos fechados, um final feliz que eu não quis ter. Mas juro frente à tua pele que parei de usar o mundo como projeto de ciências, que quero sentir, observar teu olho avermelhando-se junto ao rosto nu... E me detenho num abraço selando nosso trato, é diferente agora, eu já perdi demais para perder você.
Deixo de lado essa tua cara de quem não me entende,e tiro de ti um sorriso que faz tudo claro: Primeiro vamos andando, depois vamos amando,...