Eu te desejo um bom dia mesmo assim, mesmo se for o fim.
segunda-feira, julho 30, 2007
quinta-feira, julho 19, 2007
Renúncia de pessoa à adesão às conseqüências punitivas que seriam justificáveis ou não. Perdão.
Tanta gente correndo junta, eterna falta de olhar em volta. Prenderam-se a certos rancores difíceis de superar, mas não impossíveis de esquecer. Em vez disso esqueceram tudo o que os cerca, por vezes o óbvio. Negligenciaram a roupa constantemente suja que são. Ocultaram o desmascarar diário, o lutar sem regras. De repente as pessoas me parecem tão mais óbvias, tão mais constantes, tão mais fáceis de se lidar e manter longe quanto antes.
Simplesmente abrem os olhos que fingem ser poderosos, mas sempre caem na mesma história infame, enganam-se sempre pela mesma percepção esdrúxula e desvirtuada da vida. Assim como desvirtuo minha mente com o céptico olhar. Assim como alucino minhas pernas em vão sempre que viajo por estas estradas, uma estrada imagética. Assim como saio à noite sem hora e local marcado, para tentar me manter inerte ao dia.
Não há muito o que salvar, mas resta acima de tudo, aquela capacidade de ternura. Resta esse sentimento da infância subitamente desentranhado, de pequenos abusos que não consigo lembrar, por mais que eu tente e precise disso. A sanidade total viria a seguir, quando eu me possibilitar de reconhecer essas cicatrizes internas e externas. Eis que o assunto muda de face e me encara de frente, olhando lá no fundo, remoendo o passado esquecido por ser tão doloroso. Tentando quebrar o muro que eu mesma construí para certas lembranças.
Mudando de tom a cada dia, alternando as diferentes fontes do saber, acabando com o que resta dessa magia de conhecer alguém, quero ficar só.
Não vou sentir-me anestesiada por estar entre membros da mesma espécie caótica e desinteressante, vou generalizando e juntando os corpos para o muro de minhas lembranças ficar ainda maior. Por benevolência ao que nem sei, eu já me sinto pior ainda. O desengano não faz parte dos meus planos. Já que o indulto do que nem lembro é impossível.
As luzes dessa foto brilham me fazendo ver que mesmo em muitos meses duvidosos, esse segundo de silêncio e de perda total das incertezas vale por anos.
terça-feira, julho 17, 2007
Respondendo sua pergunta.
Era como se fosse a primeira vez em que as duas se veriam. Como se não houvessem mais de dois anos por trás dos sorrisos e abraços sinceros. Decidiram que seria assim, iriam deixar de lado os dias difíceis e pausar as confusões.
Quando ela a viu vindo em sua direção, foi como se as pessoas ao redor estivessem em outro plano, e podia apostar tudo na certeza de que o sol se abriria em qualquer quarto escuro que ela entrasse. Se perguntava como pode ficar tanto tempo sem essa sensação de estar em um filme romântico brega.
Agora que recomeçaram o que nunca havia terminado, elas não vão mais pensar nos outros. Agora as palavras mantidas a sete chaves fluem espontaneamente, fazendo crescer ainda mais a alegria de estarem finalmente falando sem pudor.
E se mesmo todo o mau do mundo continuar não dando trégua, as duas irão lutar.
Era noite de segunda, e como de costume chovia por onde elas passavam. Não há mais segredos, nem constrangimentos, nem motivos para tristeza. Elas estão livres agora, e pelo que sei não as veremos por tempos, porque precisam do tempo que agora pode demorar. Foi o que disseram quando já muito atrasadas renunciaram ao sofrimento sem razão.
sexta-feira, julho 13, 2007
Reticências, omissão intencional de coisa que se devia ou podia dizer.
Se antes já tinha alguma idéia de solidão, ela nada representava em vista do que a garota suportara naquele outono.
terça-feira, julho 10, 2007
Pluie.
Tarde linda que não precisa se pôr, tão óbvio que as nuvens vão chegar.... Corre a lua vem o escuro, e eu escuto as frases gagas da mesma forma que versos mudos, sem pestanejar.
A guitarra no chão que não preciso mais concertar, no silêncio a música que vem de dentro é a mais alta possível, escutamos, procuramos, tentamos, arriscamos...
Se com muito arrojo eu -chegar a pensar em explicar-, três verbos já foram demais.
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