quinta-feira, novembro 27, 2008

De perto.

Tenho febre quando penso nos escombros do que ainda - por algum daqueles motivos que ninguém se prontifica a explicar -, está de pé.
A sua presença nos meus ossos e meu dia cansativo me fazem ver que eu não posso mais, eu não consigo mais. Porque existem lares que se vão, como peças de brinquedo da criança que sem entender chora por ver todos chorarem... E a minha lucidez parte refletida nas lágrimas de quem pede por um alento.
Vejo as coisas saírem da órbita do que está ao nosso alcance e se tornarem força tão grande que assusta. E assusta sem idade certa, assusta sem ver documento, faz o que temos de mais humano pulsar em todas as veias.
Enchergo os olhos de raiva de quem foi destruído por dentro, reconheço detalhes das ações de quem não sabe o que vai ser de amanhã, toco o sangue do que nunca vai se curar por inteiro... Fico assim, meio sem jeito de falar, me sentindo inútil, sem saber onde é o ponto que termina.

domingo, novembro 23, 2008

Os malditos espaços.

Quando nada alegrava nem dava alento, a mão ávida do espaço em branco tocou fundo no que sempre esteve escondido em mim.
Nesses dias a espessa asa se tornou lâmina que dilacera a face. Então trago a voz rouca que o minuto virou desespero de dias.
Repenso os vastos espaços vazios que percorrem os suspiros diários que desencantam as pessoas ao meu redor, vejo que o que é certo veio em hora imprópria. Por vezes faz doer, por vezes de felicidade inunda meus olhos secos.
Nesse desconforto descomunal das dúvidas que nos fazem tropeçar em cada frase, eu me percebo amedrontada e inquieta a espera das minhas próximas linhas. E o modo que te elevo, me faz andar na ponta dos pés para não impedir que fiques onde estás se eu, sem jeito, tornar a cair.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Here's a simple dissertation on a complex situation: Two bodies.

Violated.
Traumatized.
There's no lies if you don't ask questions.
All damn day, every day, two bodies.
Trying to be brave, cause when they're brave other bodies feel brave.
So some people race ahead to see if they can get there first.
But they are only two bodies.
Every step of every day:
Violated.
Traumatized.
But two.