São cacos, fragmentos de conversas sólidas derretendo com a chegada da noite.
São frios, amigos que trazem consigo a luz que esquenta os pés quando a ressaca é moral.
São negras, as vestes que vestes tentando dizer algo claro que compence sua falta de vocabulário.
São fracos, os sons das vozes que de tanto rodiar meus medos acabam se perdendo por entre minhas esperanças.
São brilhantes, os óculos que me obrigaram a usar protejendo as idéias vermelhas e embassadas que são parte de mim.
São vazios, os tubos de ensaio cheios de memórias novas que me deram, mantendo esquecido o meu vácuo insano.
São dolorosas, as palavras que me acariciam cuidadosamente, com a verdade sincera acabando comigo.
São de ferro, as passagens de dor para calmaria, de vício para ilusão, de noite para dia.
São de fumaça, os sonhos concretos que acabam sendo reciclados a cada estação.
São de verdade, as mentiras que já contei com os olhos quando eles revelaram mais do que eu deixaria.