- Eu me sentiria melhor na vida se soubesse que você está bem, só.
-Eu me sentiria melhor na vida se você soubesse que isso é egoísmo, daqueles que te fazem perder o foco da escrita, posto que é só isso. É acomodar-se com um mistério. Sempre quero saber o que tens de ti, além do que sentes por hora...
- E de ti, o que tens agora?
- Mais ou menos 12 escolas, 5 grandes escolhas, algumas marcas no corpo, uns dois amores e uns riscos que não corro mais. Tenho uma forte lembrança de quando alguém me pediu para ver cores de olhos que sempre foram negros, e só entender anos mais tarde. Tenho uma mágoa que insiste em me por de pés firmes no chão gelado, e um segredo que levita meu corpo enquanto durmo.
Tenho mais reticências que um texto permite, sou um drama de propósito. Vejo perguntas em pontos finais alheios, encontrando em mim uma falha genética.
Enxergo diariamente meu medo de ter inteligência barata, e não conseguir parar de resolver cálculos matemáticos como prova real inconsciente sobre mim.
Estou armada até os dentes de tudo o que acredito, e atiro.
Especialmente hoje, sinto falta de um lugar verde, de um apartamento e apertar o 10º andar, da voz noturna cheia de histórias, de alguns chapeis e algumas vitórias, também de não dormir sem rimar... E, para a conversa fazer sentido a ti, estou bem sim, mas isso é o que menos importa, tendo em vista o que poderias saber antes de eu te dar boa noite cheia de fragmentos mais exatos.
Um comentário:
E de Eti, o que tens?
A cada texto a certeza de que tenho muito em comum. E um intrigar bom que não se explica: intensifica-se.
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