Acorda cedo a menina que de tão cansada sorri quando vê que não desfez os laços dos seus tênis. O arrepio costumeiro pede o casaco que ela coloca por cima da roupa que dorme. Seu cabelo se esconde atrás de uma indiferença enorme do espelho. Então são as mãos cegas que os arrumam os desfazendo.
Pensa que poderia muito bem se jogar naquele sofá esperando o mundo se decidir de uma vez, ou sair por aí cheia de passos em falso. Tem uma vontade repentina de ligar pro seu amor, só para que ele não esqueça que ela permanece (e que pensa logo cedo nisso tudo). Mas sem medir consequências cala-se, entretendo o corpo com a escova de dentes ou um papel qualquer para rabiscar. Mas o que não fala fica, menina. Fica como seus laços nos tênis.
De repente silêncio demais assusta, então pensa na sua vida, que é o complicado das coisas mais simples. Viaja em possibilidade, lembra de um certo semblante... Sente-se feliz por ter isso, e tão sortuda....
2 comentários:
agora não dá mais.
muito obrigada
;)
"Mas o que não fala fica, menina. Fica como seus laços no tênis."
Como, de algo tão doce, pode brotar uma verdade tão crua e dolorosa? [de]Parei nessa parte, de uma forma emocionate!
É um retrato simples e tão belo!
Gostei muito.
Que bom encontrar-te aqui! Virei sempre que puder, visitar teu blog :D
Abraços!
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