Ela desconstruiu a imagem de uma sala cheia de gente fugindo pela porta lateral, tudo por uma estranha necessidade de manter-se só. Fez o caminho que as duas fizeram algumas vezes, agora sem a imagem do seu amor para ofuscar o mundo ao redor, ela notou cada detalhe. Pensou se ele teria visto isso ou aquilo, se teria gostado, achado indiferente... E parou de andar. Fechou os olhos. Esperou sem pressa. Mesmo com o vento frio de outono cortando sua pele, ela teve febre. Escutou passos e o seu corpo arrepiou-se aos poucos. Mesmo sabendo que isso não era nada mais do que auto-sabotagem. Porque ninguém, ninguém iria chegar. Ninguém iria tapar seus olhos e esperar que ela o reconheça pelo perfume ou textura da pele. Ninguém iria escoltá-la até em casa e contar uma história sobre amores impossíveis de finais felizes, só para vê-la dormir aliviada. A propósito, ninguém está lá com ela agora, enquanto escreve com sua cabeça calculando a falta que esse ninguém faz todo dsia.
Mas suas costas esquentam repentinamente, e num suspiro de choro ela diz "eu te amo" sem perceber. Por isso, nessa hora, sorri.
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