Nunca parei para pensar como ela conseguiu expandir seu cheiro por toda a cidade. Em como colocou seu rosto em tudo o que vejo, seu gosto em tudo que vem à minha boca... Nunca me questionei sobre como em qualquer madeira o artesão só entalha o corpo dela, e em qualquer quadro do mundo estão desenhadas suas mãos. Escritores fazem poesias com o seu nome, e tudo isso, me tocava sem eu questionar o porquê.
Hoje sei que tudo isso foi porque deixei que ela viesse, deixei que propusesses sua estadia na minha vida que me tomou, em pouco tempo, todos os sentidos.
Mas agora me pergunto, e vou me perguntar sempre, como alguém pode queimar tudo tão rápido? Deixando todos os livros, quadros, ruas, meu corpo... Com cheiro e gosto de fumaça...
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