Ela é uma vida que arde numa mão sempre gélida, um sorriso que surge e os olhos não acompanham. Toda palavra soa como uma privação de grito. Parece construir, a cada passo, a doença do desencontro consigo mesma. Não tem reflexos, nada surpreende alguém quando seu mundo foi levado para um sofá e a única coisa que amedronta é o insistente discurso alheio sobre algo que nunca entenderia, sobre vida...
Sente o tempo encostar nela e isso dói. Vai enfraquecendo os pulmões com fumaça, os olhos desaprendem a chorar, as mãos não buscam outras e a boca não reconhece a própria voz... Assim os órgãos vitais vão, aos poucos, desistindo desse corpo que não se move.
“Wake up, take your pills dear, I know this time of year ain't right for you...”
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