sábado, junho 11, 2011

Repara.

Diz bom dia para a manhã num sussurro e fecha os olhos procurando descansar dessas noites mal dormidas.

Aperta os travesseiros contra os ouvidos e tenta conversar consigo mesma, procurando saber quem está alí entre vozes que nessa hora a boca imita soltando o ar quente de um abraço retido, e o corpo se vira como se o outro lado do quarto tivesse todas as respostas.

Esse meio sorriso só dura quando a ilusão é mais aparente, quando o que sabe-se dela fica tão escondido que os olhos alheios nem tentam mais decifrar. E no fim ela sabe que é porquê não se repara nada quando é justamente o nada que se expõe. Seu vazio expresso nesses momentos é o que mais a caracteriza, e enfim sua face toma o mesmo formato do papel que representa.

Existe um momento em que tudo fica quieto e o mundo esclarece seus medos...

Fala então num grito que escorre em forma de choro: "Dorme garota, já que é tarde e ninguém vem, já que é dia e ninguém te espera, já que você não se encontra mesmo..."

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